terça-feira, 12 de agosto de 2014

Personagens IV - Senhora Aouda (Caractères IV - Mme. Aouda)

 Jovem indiana de beleza europeia e muito agradável. Seria morta por se tornar viúva, pois na região em que fora encontrada, quando o marido morre, a mulher também tem de morrer. Porém, foi salva por Phileas Fogg e Passepartout durante a passagem dos dois pela Índia Ela segue com eles pelo restante da jornada.

Personagens III - Detetive Fix (III - Détective Fix)

 O grande vilão da história, segundo alguns leitores. Inspetor de polícia britânico que, após ver que a descrição do autor de um assalto ao Banco da Inglaterra se enquadra com a de Phileas Fogg, vai persegui-lo por todos os países tentando capturá-lo. Atrapalhou Phileas e Jean durante a viagem toda. 

Personagens II - Jean Passepartout (Caractères II - Jean Passepartout)

 Criado francês recém-contratado por Phileas Fogg, que o acompanha em sua volta ao mundo. É o empregado amigo e estimado do patrão. Nas versões brasileiras, também é chamado de "Fura-Vidas" ou "Faz-Tudo". É o empregado amigo e estimado pelo patrão. É um francês ex-artista de circo, astuto, ágil, tagarela e curioso que vive arranjando encrenca e atrasando a viajem. Soube que o patrão era procurado pela polícia, mas não o contou nada. O engraçado é que ele esqueceu a luz de seu quarto acesa durante os 80 dias que esteve fora.

Personagens I - Mr. Phileas Fogg (Caractères I - M. Phileas Fogg)

 É o personagem principal. Cavalheiro inglês, rico e enigmático, que morava em Londres, além de morar em uma enorme mansão. Phileas era basicamente um homem normal da alta sociedade londrina na Era Vitoriana. Ele tinha uma rotina inalterável: acordava às 8h da manhã, fazia a barba às 9h37m e partia para o clube reformador para ler o jornal.

O Tempo (Le Temps)

 O tempo era meados da segunda metade do Século XVIII, no meio da Segunda Revolução Industrial e no auge do Neocolonialismo, no qual, claro, o Reino Unido se destacara. Nesse período, as grandes potências capitalistas dividiram entre si a maior parte das terras do planeta. Primeiro Grã-Bretanha e França, depois Alemanha, Bélgica e Itália foram protagonistas do processo de expansão colonial em terras da África e da Ásia. Também participaram dessa expansão a Rússia, em partes da Eurásia, os Estados Unidos, na América Latina, e o Japão, na China e na Coreia. Com isso, foi chamado imperialismo ou neocolonialismo, ou seja, um novo colonialismo, para diferenciá-lo da expansão colonial iniciada no Século XV, na época das grandes navegações. O Império Britânico era o maior e mais poderoso de todos os impérios coloniais da época. Suas colônias estavam distribuídas na América, na África, na Ásia e na Oceania. Na Ásia, a mais importante colônia inglesa era a Índia (Raj Britânico, na época), que abastecia o mercado europeu com chá e fornecia algodão para as indústrias inglesas.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O autor: Júlio Verne (Auteur: Jules Verne)

Júlio Gabriel Verne foi o filho mais velho dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado, e Sophie Allote de la Fuÿe, esta de uma família burguesa de Nantes. Nascido em 1828 na cidade portuária de Nantes, na França, Júlio Verne desde criança gostava de observar os navios, o mar e os viajantes. Com histórias futuristas e muito reais, os livros de Verne tornaram-se populares em todo o mundo. O mais famoso, considerado sua obra-prima, é Vinte mil léguas submarinas, que conta a história do capitão Nemo e seu submarino, Nautilus. Júlio Verne escreveu essa história em 1873, quando não havia tecnologia para construir um submarino! O primeiro veículo desse tipo só foi feito 25 anos após a publicação do texto. Ele conheceu Alexandre Dumas e Victor Hugo.
Mas como um escritor poderia saber tanto sobre ciência a ponto de prever diversas invenções que só viriam a se concretizar no futuro? Sem a formação de um cientista e sem a experiência de um viajante, Verne pesquisava bastante antes de escrever suas histórias. Por isso, bolou ficções científicas cheias de detalhes e que pareciam reais. Além disso, conseguiu retratar muito bem a época em que viveu.
Morreu em 24 de março de 1905, em Amiens, na França.


Viagem (Voyage)

(Paquete é a denominação dada aos antigos navios de luxo de grande velocidade, geralmente movidos a vapor)
♥ De Londres a Suez: paquete e caminho-de-ferro. 7 dias
♦ De Suez a Bombaim: paquete. 13 dias
♠ De Bombaim a Calcutá: caminho-de-ferro. 3 dias
♣ De Calcutá a Hong Kong: paquete. 13 dias
♥ De Hong Kong a Yokohama: paquete. 6 dias
De Yokohama a São Francisco: paquete. 22 dias
♠ De São Francisco a Nova Iorque: caminho-de-ferro. 7 dias
De Nova Iorque - Londres: paquete, caminho-de-ferro. 9 dias
♦ ♠ ♥ ♣ Total: 80 dias


Espaço VIII - Nova Iorque (Zone VIII - New York)

Nova Iorque tem suas raízes na sua fundação em 1624 como um posto de comércio por colonos neerlandeses, sendo nomeada Nova Amsterdã, em 1626. A cidade e seus arredores foram tomadas pelo Reino da Inglaterra em 1664, passando a fazer parte do Império Britânico, e sendo seu nome alterado para Nova Iorque, depois que o Rei Carlos II da Inglaterra concedeu as terras para seu irmão, o então Duque de Iorque (futuro Rei Jaime II da Inglaterra). Nova Iorque serviu como a capital dos Estados Unidos de 1785 até 1790, sendo a maior cidade do país desde 1790.

Espaço VII - São Francisco (Zone VII - San Francisco)

Em 1776, os espanhóis estabeleceram uma fortaleza no Golden Gate e uma missa chamada de São Francisco de Assis no local.  Corrida do ouro na Califórnia, em 1848, impulsionou a cidade em um período de rápido crescimento, o aumento da população em um ano foi de 1 000 a 25 000 habitantes, e, portanto, transformando-a na maior cidade da Costa Oeste dos Estados Unidos na época. 

Espaço VI - Yokohama (Zone VI - Yokohama)

Em 1854, Yokohama era uma pequena aldeia piscatória, mas a partir desta data, a qual coincide com a chegada do comodoro norte-americano Matthew Calbraith Perry, a povoação começou a desenvolver-se, até que em 1859 tornou-se um porto de comércio importante e o local para o estabelecimento de estrangeiros que gozavam de direitos extraterritoriais. Na época da estória, estava em domínio do Imperador Japonês Meiji.


Espaço V - Hong Kong (Zone V - Hong-Kong)

A ocupação humana de Hong Kong data do Paleolítico. A região foi inicialmente incorporada no Império Chinês, durante a Dinastia Qin, e serviu como porto nas dinastias Tang e Song. O primeiro visitante europeu de que há registto foi o português Jorge Álvares. O contato com o Reino Unido foi estabelecido após a Companhia Britânica das Índias Orientais ter estabelecido uma feitoria na cidade vizinha de Cantão. Durante a Guerra do Ópio (1839-1842), Hong-Kong foi ocupado pelo Reino Unido e em 1898 a China entregou o território por um prazo de 99 anos. A partir dessa data, a nova colônia britânica passou a ser um importante centro de comércio.

Espaço IV - Calcutá (Zone IV - Calcutta)

Em 1772, a cidade foi designada capital da Índia Britânica (o chamado Raj britânico), distinção que conservaria até 1911. Foi a partir deste momento que se empreenderam obras de saneamento para a cidade, consistentes na drenagem das zonas de marisma que rodeavam a cidade, assim como se construiu à beira do rio Hoogli uma zona residencial e de oficinas governamentais. Foi Richard Wellesley, governador entre 1797 e 1805, quem deu destacado impulso às obras na cidade. A partir dos anos 1850, ocorreu um processo de industrialização na cidade, especialmente relativa ao setor têxtil e à indústria da juta. Isso, pela sua vez, fez com que o governo britânico investisse no setor de comunicações, especialmente na ferrovia e no telégrafo. Como resultado da bonança econômica e do contato entre as sociedades britânica e a indiana, surgiu na cidade uma nova classe social, a dos babu, grupo de auxiliares de escritório e burocratas de estirpe frequentemente anglo-indiana e relacionados na maioria dos casos com as castas superiores da Índia.

Espaço III - Bombaim (Zone III - Mumbai)

As sete ilhas que vieram a constituir Bombaim são habitadas foram habitadas por nómadas que tinham como a pesca a principal fonte de sobrevivência. Durante séculos, as ilhas estiveram sob o controle de sucessivos impérios indianos, antes de serem cedido aos portugueses que depois as cederam aos britânicos, quando passou a ser controlada pela Companhia Britânica das Índias Orientais. Em meados do século XVIII, a urbanização de Bombaim foi reformulada pelos britânicos, com grandes projetos de engenharia civil, fazendo surgir uma cidade comercial e cosmopolita. O desenvolvimento econômico e educacional caracterizou a cidade durante o século XIX, tornando-a uma forte base para o movimento de independência da Índia, no início do século XX. Na época, Bombaim se encontrava em domínio britânico.


Espaço II - Suez (Zone II - Suéz)

Chamada de Kolzum antigamente, Suez é uma cidade portuária no nordeste do Egito, localizada na costa norte do Golfo de Suez (um ramo do Mar Vermelho), próxima ao término do sul do Canal de Suez, tendo os mesmos limites da província de Suez. A cidade possui três portos, Adabya, Ain Sokhna e Port Tawfiq, e extensivas instalações portuárias. Juntas, elas formam uma região metropolitana. Linhas férreas e rodovias ligam a cidade com o Cairo, Port Said e Ismaília. Suez tem uma planta petroquímica, e as suas refinarias de petróleo têm oleodutos que transportam o produto final para o Cairo. Suez é uma estação de caminho para peregrinos muçulmanos que viajam Meca. Na época, por se situar no Egito, era domínio do Império Britânico.


Espaço I - Londres (Zone I - Londres)

A Londres desta época passava-se na Era Vitoriana, pois o nome da sua monarca, descendente da Casa dos Hanôver, era a Rainha Vitória. Nesta época, todo o Reino Unido passara pela transição de trabalho chamada Revolução Industrial. O tempo ainda se baseava no Neocolonialismo, ou seja, Londres era a metrópole de um vasto império que ia desde as ilhas da Oceania até a Índia.


O Resumo da Obra (Le Résumé des Travaux)

   Metódico e de hábitos extremamente singulares, Phileas Fogg, vive sozinho em sua mansão de Londres. Durante um jogo de cartas no Clube da Reforma seus membros conversam sobre o roubo de 55 mil libras ocorrido três dias antes no Banco da Inglaterra. Todos concordam que o ladrão não deve estar muito distante de Londres. Phileas Fogg contesta e aposta 20.000 libras como consegue dar a volta ao mundo em oitenta dias. Na mesma noite, 02 de outubro de 1872, começa a viagem tendo de retornar a Londres exatamente às 20h45min do sábado, 21 de dezembro. Parte com seu criado, Passepartout, levando apenas a roupa do corpo e uma mala com 20.000 libras.

   Uma semana após a partida o comissário de polícia recebe um telegrama do detetive Fix, solicitando um mandado de prisão para o Sr. Fogg em Bombaim, na Índia, pelo assalto ao Banco da Inglaterra. Como o mandado não chega, eles embarcam no trem para Calcutá, o qual é obrigado a parar porque a estrada de ferro não foi concluída. Phileas Fogg compra um elefante por 2.000 libras e eles seguem no meio da selva onde são surpreendidos por uma procissão de brâmanes e salvam Aouda, uma moça que seria queimada viva. Tinham o costume de que, se o marido morresse, a mulher deveria morrer junto. Fogg, incrédulo, não podia acreditar em tal façanha. Como estavam algumas horas adiantadas no seu intento, decide dar meia volta e resgatar a moça. Passepartout finge que é o cadáver e entra no caixão. Na hora do ritual, levanta de seu leito fúnebre e carrega à donzela nos braços, provocando arrepios nos que assistiam à cerimônia. Assim, eles resgatam a moça, Aouda, e conseguem fugir. O detetive Fix arma uma cilada para prendê-los em Calcutá, mas o Sr. Fogg paga a fiança e eles embarcam num vapor rumo a Hong Kong.

   Chegam a Hong Kong dia 6 de novembro. Fix leva o criado para uma casa de fumo e revela quem é e por que está atrás de Fogg. Ele não acredita e se recusa a ajudá-lo, mas acaba desacordado pelo cachimbo de ópio e não consegue avisar o patrão que o Carnatic antecipou sua viagem a Yokohama para aquela noite. Eles perdem o vapor e o criado, mas Fogg consegue um barco menor que parte rumo a Xangai, na China. O Carnatic chega a Yokohama no dia 13 de novembro trazendo Passepartout que reencontra o mestre, a jovem e o detetive, recém-chegados de Xangai, na China da Dinastia Quing.
   No dia seguinte partem no vapor General Grant para São Francisco. Ao chegarem a São Francisco envolvem-se numa confusão de rua e um tal Coronel Stamb Proctor tenta atacar Fogg e acerta um soco no detetive que tomou a sua frente. O Sr. Fogg promete voltar um dia a São Francisco para dar uma lição no tal coronel.
    Embarcam num trem para Nova Iorque, onde também se encontra o Coronel Stamb. O coronel desafia-o para um duelo no último vagão. São interrompidos pelo ataque de índios Sioux. Com sua agilidade de acrobata o criado consegue soltar a locomotiva, o trem pára e eles são salvos por um grupo de soldados, mas Passepartout é raptado pelos índios. O Sr. Fogg consegue 30 soldados e recupera o criado das mãos dos índios. A locomotiva retorna para a estação e o trem parte deixando para trás Aouda e o detetive que aguardam o retorno dos soldados. Fix propõe prosseguir a viagem até Omaha num trenó a vela. De lá pegam um trem para Chicago e, em seguida, outro para Nova Iorque.
   Chegam no dia 11 de dezembro, quarenta e cinco minutos depois da partida do vapor China para Liverpool. No dia seguinte embarcam no navio de carga Henrietta rumo a Bourdeaux. Apesar de receber dois mil dólares por cabeça, o capitão do navio se recusa a levá-los para a Inglaterra. Fogg, então, suborna os marinheiros, eles prendem o capitão na cabine e Fogg assume o comando; porém, o carvão não será suficiente para alcançar Liverpool. Fogg compra a embarcação por sessenta mil dólares e manda para caldeira toda a madeira do navio, deixando-o apenas com o casco de ferro e o motor.
    Chegam à Baía de Queenstown em 20 de dezembro, pegam um trem para Dublin e um vapor que os deixa em Liverpool às 11:40 da manhã do dia 21 de dezembro. Ao pisarem em solo inglês, o detetive  Fix apresenta o mandado de prisão e o Sr. Fogg é trancado na Casa da Alfândega, devendo ser levado a Londres no dia seguinte, o que o fará perder a aposta. Quando tudo parece perdido, o detetive liberta-o, pois o verdadeiro ladrão havia sido preso três dias antes. Eles partem para Londres, mas chegam cinco minutos atrasados.
    Aposta perdida, arruinado, Fogg volta para casa. Às 19h30min de domingo, Fogg pede desculpas a Aouda por tê-la trazido até a Europa e não poder fazer mais nada por ela porque está arruinado. Apaixonada, ela pede para casar-se com ele e ele, já não conseguindo mais esconder seus sentimentos, aceita. Às 20h05min o criado vai até a paróquia tratar o casamento com o reverendo e sai de lá às 20:35, correndo como um alucinado, para avisar o mestre que eles chegaram vinte e quatro horas adiantados, era sábado e não domingo e eles tinhas apenas dez minutos para chegar ao Clube da Reforma.
    Chegam pontualmente às 20h45min e ganham a aposta. A razão do engano deveu-se ao fato de que eles viajavam sempre em direção ao leste, os dias se tornavam 4 minutos mais curtos a cada grau; como existem 360 graus na circunferência da Terra, multiplicado por 4 minutos, dá exatamente 24 horas, ou, um dia ganho sem perceber .